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Voos em terra, milhares de passageiros à beira de um ataque de nervos. Os trabalhadores da empresa de handling Groundforce estiveram em greve neste fim de semana, levando ao cancelamento de mais de seis centenas de voos. Sem, para já, uma solução à vista, há uma nova greve pelo caminho, já prevista para o 31 de julho e 1 e 2 de agosto. No segundo verão de pandemia, em que a atividade turística está longe dos níveis registados até ao covid-19, o turismo teme os efeitos negativos de mais uma paralisação no pico da época alta e apela diretamente ao governo.
“O que se registou este fim-de-semana nos aeroportos nacionais foi dramático, com mais de 600 voos cancelados, e não podemos correr o risco de este cenário se repetir daqui a 15 dias. Existindo um impasse no diálogo entre os trabalhadores da Groundforce e a TAP, é urgente a intervenção do Governo para que se chegue rapidamente a um acordo e, assim, evitar mais três dias de paralisação”, começa por sustentar Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
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Os trabalhadores da Groundforce (empresa detida em 50,1% pela Pasogal de Alfredo Casimiro e em 49,9% pela TAP) reivindicam o pagamento atempado dos salários deste mês e dos subsídios de férias dos trabalhadores. Na semana passada, e depois da TAP ter proposto um novo adiantamento à empresa de handling para esta pagar os subsídios, a Groundforce recusou, apelando a que a companhia aérea pagasse os serviços já prestados. A TAP recuou que estar numa posição de “devedora” para com a Groundforce, apontando ser “credora”. Neste fim de semana em que TAP foi uma das companhias afetadas pela greve, a transportadora reiterou não ter “quaisquer pagamentos em atraso”.
Assinalando o respeito pelo “direito à greve”, e sem falar em números concretos, Francisco Calheiros aponta que o direito à greve “não pode implicar o prejuízo para milhares de pessoas, para o Turismo e para a economia nacional”.
“Os primeiros dois dias de greve prejudicaram seriamente a imagem de Portugal no exterior, numa fase em que já nos encontramos severamente punidos pela pandemia. Esta greve, marcada para o verão, só vem contribuir para asfixiar ainda mais o Turismo e a economia de um país a tentar recuperar de um ano e meio de pandemia”, acrescenta.
Ex-gestor interessado na Groundforce
O Correio da Manhã escreve esta segunda-feira que Paulo Neto Leite, antigo presidente executivo da Groundforce, está interessado em adquirir por cinco milhões de euros num leilão do Montepio, que detém sob penhor a participação de 50,1% da Pasogal, de Alfredo Casimiro.
O gestor, segundo o jornal, é um dos quatro finalistas selecionados pelo Montepio para o leilão e abdica da condição que Casimiro tem exigido à TAP de prolongar o contrato de assistência técnica em terra por mais cinco anos.
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