O Conselho de Redação da TVI deu “parecer positivo” à nova direção de informação (DI) da estação liderada por Anselmo Crespo, que toma posse a partir de 1 de setembro. E alerta a nova DI para a “enorme desmoralização” da redação que, ao longo de uma década, tem “sentido sistematicamente” que “está sempre no fim da lista de prioridades da empresa”.
Lurdes Baeta (diretora-adjunta), Pedro Mourinho (subdiretor), Joaquim Sousa Martins (subdiretor) e Pedro Benevides (subdiretor) são os novos elementos da direção.
“Os jornalistas indigitados têm experiência suficiente e relevante para os cargos que vão exercer, e que estão asseguradas as condições para uma transição sem percalços com a inclusão de duas pessoas com largo conhecimento interno da empresa e da redação”, diz o Conselho de Redação, em comunicado enviado à redação, a que o Dinheiro Vivo teve acesso.
Com uma mensagem para a nova direção de informação. “Não estaríamos a ser fiéis ao nosso mandato se não alertássemos desde já a nova DI para a enorme desmoralização de uma Redação que tem sentido sistematicamente, ao longo de uma década ou mais, que está sempre no fim da lista de prioridades da empresa – se é que chega a fazer parte dela, de todo”, alerta a CR.
O Conselho de Redacção concorda com “as linhas gerais estratégicas para a Informação da TVI que lhe foram apresentadas pelo diretor-geral”, Nuno Santos.
O órgão representativo dos jornalistas da estação de Queluz destacam a “decisão de recuperar a estrutura de editorias para a Redação já a partir de setembro, tanto mais que reflete uma aposta assumida na valorização das especializações dos profissionais da empresa”.
“Concordamos com as apostas no enquadramento e contextualização da notícia, de modo a darmos valor acrescentado ao seu tratamento. Concordamos ainda com o reforço do controlo de qualidade noticioso, com base no fortalecimento do papel dos editores de secção. Todavia, gostaríamos de salientar que, no nosso entendimento, a escolha dos temas jornalísticos a abordar é tão importante como a forma como eles são tratados”, dizem.
O CR destaca ainda “o anúncio de que a nova DI e o diretor-geral já estão a trabalhar na criação de um Plano de Carreiras – que foi, aliás, alvo de um acordo prévio entre a empresa e os trabalhadores – e de um regime de avaliação e valorização profissional”.
“Esses passos são indispensáveis para que os jornalistas da TVI se sintam plenamente envolvidos neste esforço crucial de recuperar audiências e rendimentos para a empresa”, diz.
Mas deixa uma questão. O Plano de Carreiras e o regime de avaliação e valorização profissional são “objetivos de médio/longo prazo para a próxima DI, o que nos parece merecer uma clarificação: quanto tempo se calcula ser necessário para que essas medidas sejam implementadas?”
“Sem profissionais motivados, o plano que a nova DI se propõe levar a cabo, e que nos parece corresponder às necessidades da Redação e da empresa, estará condenado ao insucesso.”
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