A nova Direção de Informação (DI) da TVI decidiu acabar, já a partir de setembro, com os programas de desporto com comentadores adeptos dos clubes de futebol. Um formato “já gasto” e, que apesar das audiências, “sem prestígio para a estação”. Este é um dos objetivos a curto prazo da DI, de acordo com as linhas gerais estratégicas para a informação da TVI, apresentadas pelo diretor-geral da estação ao Conselho de Redação (CR), a que o Dinheiro Vivo teve acesso. A nova DI, liderada por Anselmo Crespo, assume funções em setembro.
“Esta Direção de Informação decidiu acabar com os formatos de desporto onde debatem os chamados “comentadores/adeptos”. Por considerar um formato já gasto, mas, sobretudo, porque, apesar das audiências que provocam, são, em muitos casos, programas que promovem a rivalidade, nem sempre positiva, sem prestígio para a estação”, informa o Conselho de Redação, num comunicado enviado à redação da televisão, a que o Dinheiro Vivo teve acesso.
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“Assim, a partir de setembro, surgirão dois novos formatos de desporto na TVI24 que substituem os anteriores e que estão neste momento a ser formatados pela direção de informação.” Neste formato, o canal de informação emitia os programas Prolongamento e Livre e Direto.
Nas prioridades imediatas da nova DI de Anselmo Crespo está “definir e delinear o que se pretende do J8 (Jornal das 8) e do J1 (Jornal da Uma)”. “Uma discussão onde esta direção de informação pretende envolver os principais pivôs da estação, a realização e toda a estrutura intermédia da estação”, refere o CR.
Novo estúdio e regresso às editorias
“Aproveitando a construção de um novo estúdio para a informação e a necessidade de criar um novo desenho para a redação, esta direção de informação pretende regressar já em setembro de 2020 às editorias”, informa o CR.
Numa fase inicial, a aposta será nas editorias de política, economia, sociedade, desporto e internacional, mas “no mais curto espaço de tempo possível” pretende-se criar a editoria de cultura.
TVI24: “um canal de informação com “nervo” e em permanente estado de alerta”
Dar uma “nova centralidade à TVI24”, para que o canal se “afirme definitivamente como uma referência na informação em Portugal” está entre os objetivos a médio-prazo da nova DI. Deve ser “um canal de informação com “nervo” e em permanente estado de alerta”.
Isso passa por uma “reformatação da TVI24”, dando-lhe “uma nova centralidade na operação diária, criando uma linha mais clara para o canal e procurando reforçar a sua relevância.”
Dar relevância ao Norte do país e reforçar rede de correspondentes
“Uma das prioridades da nova direção passa por dar uma nova relevância ao norte do país. É nesse contexto que surge a escolha de João Fernando Ramos para responsável pela TVI Porto, no pressuposto de que é imperativo dar a esta redação os meios humanos e técnicos para que a informação da estação possa estar mais descentralizada e mais próxima da região norte do país”, pode ler-se no documento.
Para garantir a “aposta numa informação de proximidade” a direção de informação irá fazer “um levantamento da rede de correspondentes atualmente existente e a identificar lacunas territoriais — ou outras — que tenham de ser preenchidas”, trabalho que “começará de imediato em setembro.”
Valorização das carreiras
“A nova direção de informação está bem consciente da importância que um regime de avaliação, valorização salarial e um plano de carreiras tem no trabalho e na motivação dos seus profissionais”, refere o CR no documento enviado às redações. E já começou a trabalhar com o diretor-geral da TVI, Nuno Santos, para “criar um regime de avaliação, valorização salarial e plano de carreiras que permita valorizar os profissionais da informação.”
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