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A Uber Eats, a Bolt Food e a Glovo uniram-se para criar a Associação Portuguesa das Aplicações Digitais (APAD), organismo que pretende representar o setor em que atuam a uma só voz, demonstrando que as plataformas digitais já representam uma atividade económica “robusta e sólida”. A APAD nasce numa altura em que o governo pretende rever regras laborais que abrangem a atividade das plataformas digitais e a sua ligação a quem nelas trabalha.
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Numa resposta conjunta e por escrito dos gestores das três plataformas (Diogo Aires Conceição, pela Uber Eats; Diogo Silva da Bolt Foods; Joaquín Vazquez da Glovo) a questões enviadas do Dinheiro Vivo, as três empresas explicam que a APAD nasceu com o objetivo “de agregar e representar os principais operadores do setor na defesa de interesses comuns”, por um lado.
Por outro, porque entendem que as plataformas digitais têm já “um assinalável peso e importância na economia portuguesa”, pelo que consideram necessária uma “estrutura associativa capaz e habilitada para defender e representar, a uma só voz, os interesses e expectativas comuns do universo de empresas a desenvolver a sua atividade em Portugal na área da economia digital e de partilha”.
Para já, a APAD é constituída apenas pelas três plataformas digitais mais conhecidas em Portugal a prestar serviços de entrega de comida e bens ao domicílio. Está ainda numa fase de “criação e instalação”, pelo que ainda não tem uma direção designada. Além disso, a APAD não pretende representar só as plataformas de entregas ao domicilio, mas também ir a outras áreas das plataformas digitais, como a atividade TVDE (Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados).
“Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas acreditamos que existirá espaço para novos papéis e parceiros no âmbito da associação”, afirmam os fundadores da associação setorial.
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Questionados se a criação da APAD é uma resposta do setor perante a vontade do governo em rever as regras laborais que abrangem a atividade das plataformas digitais e a sua ligação a quem nelas trabalha, as três plataformas explicam: “Somos três plataformas que partilham dos mesmos desafios, do mesmo contexto económico nacional e que têm um objetivo em comum: o de apresentar um serviço que ajude estafetas, restaurantes e comerciantes a cumprirem melhor a sua missão profissional e a desenvolverem a sua atividade. Estamos perante um ecossistema que, sendo relativamente novo, é ainda amplamente desconhecido, designadamente por parte de interlocutores institucionais, alguns dos quais responsáveis pela criação de políticas públicas”.
“Colaborar de uma forma agregadora e orientada fez-nos todo o sentido para conseguirmos identificar, promover e partilhar boas práticas setoriais, que devem integrar o conjunto de informação a disponibilizar aos nossos diversos stakeholders. Há uma evidente lacuna de representação institucional e a verdade é que muitos dos decisores que recorrem ao serviço de entregas de produtos ao domicílio, e que dele beneficiam, não o conhecem adequadamente”, argumentam.
A Uber Eats, a Bolt Foods e a Glovo assumem querer participar na revisão das regras laborais das plataformas digitais. Defendem que o setor “possa prosseguir atividade em Portugal sem constrangimentos que limitem o seu alcance, ou que desvirtuem a natureza e âmbito de um modelo de negócio que tem criado enorme valor na economia nacional e que se caracteriza por particularidades que são parte integrante da sua essência”.
Complementarmente, também querem servir de fórum de “partilha e debate” para as melhores práticas e pretendem “promover a inovação, a criação de emprego e a competitividade global do mercado, e também os temas da mobilidade, da digitalização da economia, do desenvolvimento económico e social e da sustentabilidade”.
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