Há três anos que a Talkdesk pretende chegar aos 1000 funcionários em 2020. A plataforma fundada em 2011 pelos portugueses Tiago Paiva e Cristina Fonseca ajuda as empresas a personalizarem o atendimento telefónico aos clientes com um sistema na cloud, ou seja, sem necessidade de infraestrutura física. Em ano de pandemia, a empresa superou o objetivo e está a contratar 700 pessoas.
“Já somos 1050”, indica João Coelho, um dos dois responsáveis de pessoal da tecnológica em entrevista ao Dinheiro Vivo. Desde 2018 que a Talkdesk é um unicórnio, sendo avaliada pelos investidores em mais de 1000 milhões de dólares (853 milhões de euros, no câmbio atual). Ao contrário do animal, a tecnológica fundada em Portugal é tudo menos uma criatura mitológica.
Na realidade, “contratámos 100 pessoas para Portugal desde abril em formato completamente remoto”. Estava cumprido o objetivo: na Talkdesk Portugal, estão ao serviço cerca de 700 elementos, sobretudo focados na parte de engenharia; nas unidades internacionais, há mais 350 funcionários, adianta João Coelho.
Até ao final do ano, vão entrar mais 600 trabalhadores para a tecnológica, metade dos quais em Portugal. “Teremos mais de 1500 pessoas até ao final deste ano. Estamos a preparar as nossas equipas de recursos humanos para conseguirmos assegurar o cumprimento deste objetivo, ambicioso mas realista.” Para cumprir esta meta também haverá uma ajuda do programa Tech Dojo, de integração de recém-licenciados e de mestrados em Engenharia Informática.
O grande motor para estas contratações é a ronda de investimento de 143 milhões de dólares, anunciada pela Talkdesk no final de julho e que permitiu uma subida da avaliação da tecnológica no mercado para mais de três mil milhões de dólares. Mais de 1800 empresas em todo o mundo já usam esta plataforma: IBM e Trivago são alguns das clientes mais famosas.
No mercado doméstico, e aproveitando a postura amiga do trabalho remoto, a empresa procura candidatos um pouco todo o país. Locais como Braga, Viseu, Guarda, Vila Real, Fundão, Beja, Faro e os arquipélagos dos Açores e da Madeira proporcionam “um universo de oportunidades interessante”.
Apesar de interessante, recrutar remotamente também gerou várias dificuldades para este unicórnio português. “Temos pessoas que entraram em julho e agosto a partir de países como Brasil e Arménia. Juntaram-se a nós assim que houve a primeira oportunidade logisticamente possível.” João Coelho recorda que “houve computadores retidos na alfândega”, o que impediu que os novos elementos começassem, mais cedo, a trabalhar remotamente para a Talkdesk.
Ainda sem data para voltar aos escritórios, a tecnológica fundada em Portugal assume que já está a pensar em “espaços 2.0”. Só não se sabe, por exemplo, se a empresa vai manter as instalações na zona das Amoreiras. A proprietária do espaço na capital avançou com um processo judicial por alegado “incumprimento contratual” e saída do espaço físico antes do final do contrato. É exigida uma indemnização de 1,56 milhões de euros mas a Talkdesk garante estar a tentar encontrar um acordo”.
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