//Valores reinventa negócio do ouro e lança rede de agentes no país

Valores reinventa negócio do ouro e lança rede de agentes no país

A Valores, empresa especializada no comércio de metais preciosos usados, está agora representada numa loja de decoração e design de interiores de Barcelos. A Home Art estreou, no passado mês de maio, o conceito Agente Valores, com a instalação de um corner dedicado ao negócio do ouro dentro do espaço comercial. Judá Chester, CEO da Valores, prevê criar, até 2022, uma rede de 80 agentes no país. Bombas de gasolina, agências de viagem, lojas de pronto-a-vestir são potenciais locais para o desenvolvimento deste modelo, diz o responsável.

Na Home Art, loja com uma área total de 200 metros quadrados, o primeiro Agente Valores reservou 15 metros quadrados para os serviços de compra e venda de ouro usado. Mas o conceito pode ser explorado em áreas a partir dos quatro metros quadrados. Segundo Judá Chester, este modelo é uma forma dos retalhistas e pequenos empresários rentabilizarem o espaço do seu negócio e até os colaboradores, ocupando-os numa nova função. Como adianta, “o empresário utiliza os recursos já existentes – espaço e trabalhadores -, não aumenta os custos, mas incrementa a rentabilidade”.

O investimento na abertura de um ponto de venda ronda os 10 mil euros e é feito pela Valores, que assegura a montagem do corner, os equipamentos necessários à atividade, a formação do agente e a instalação de uma bandeira da marca no exterior. Nas contas do CEO, um agente pode estar a faturar 100 mil euros num espaço de seis anos. Judá Chester releva que já está em fase de negociações com outros empresários, nomeadamente um proprietário de uma cadeia de lojas de câmbio, que numa fase inicial poderá abrir entre cinco a dez pontos Valores.

A expansão da empresa no território nacional fica, assim, mais facilitada. Como sublinha o responsável, “havia a necessidade de continuar a fazer crescer o negócio, mas com menos custos” para a casa-mãe e parceiros. Esta é também uma estratégia para chegar às pequenas localidades do país, onde não faz sentido um investimento numa loja própria ou mesmo num franchising, considera.

Ainda assim, a nova aposta não travou o crescimento da marca através do modelo de franchising. Em abril, abriram quatro agências na Grande Lisboa (Expo, Mercês, Queluz e Rua do Ouro), num investimento da ordem dos 200 mil euros. As perspetivas de faturação são de 300 mil euros anuais por unidade. É que o momento que o país atravessa é um forte impulso a esta atividade. Muitas famílias portuguesas enfrentam sérias dificuldades de tesouraria devido à crise pandémica e ao consequente aumento do desemprego. Em simultâneo, o valor do ouro é uma garantia segura de obtenção de capital. Neste momento, o grama deste metal precioso vale 50 euros e a onça ronda os 2000 dólares (1647 euros ao câmbio atual).

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