//Veículos de manutenção da ferrovia vão ter sistema de segurança até 2023

Veículos de manutenção da ferrovia vão ter sistema de segurança até 2023

Um sistema automático de segurança poderia ter evitado que um veículo de manutenção tivesse entrado inadvertidamente na linha, junto a Soure, e, em 31 de julho de 2020, fosse abalroado por um comboio Alfa Pendular a 190 km/h.

O acidente provocou a morte de dois trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) que estavam dentro do veículo – também conhecido como dresina; o comboio ficou totalmente destruído. Precisamente um ano depois, a IP compromete-se a instalar o sistema em todas as suas máquinas até setembro de 2023.

A solução tecnológica está a ser desenvolvida pela portuguesa Critical Software. O contrato com a IP custa 3,9 milhões de euros (sem IVA) e prevê o “desenvolvimento, fornecimento e supervisão de montagem de um sistema complementar de segurança“, que será instalado nas 50 máquinas de manutenção.

Dentro dos veículos da IP será colocado um equipamento tecnológico que conseguirá ler os sinais instalados junto à linha. Por exemplo, se o sinal estiver vermelho e o maquinista não se aperceber, o sistema irá impedir automaticamente que a máquina avance.

Para ler os sinais, o sistema da Critical Software inclui uma antena que emite constantemente ondas eletromagnéticas e está em contacto com as balizas, posicionadas na linha junto aos sinais luminosos.

É uma versão simplificada do sistema de controlo automático de velocidade, o Convel. Chegou a Portugal no início dos anos 1990 e protege os maquinistas do excesso de velocidade nos troços ou mesmo da ultrapassagem de sinais vermelhos. Está presente em mais de 1500 dos 2562 quilómetros da rede ferroviária nacional.