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Os smartphones dobráveis continuam a desbravar caminho num mercado praguejado pela incerteza económica e recuo global da procura. Este formato premium vai ter um impulso significativo em 2023, com um aumento superior a 50% das vendas em relação ao ano passado. A IDC estima que serão vendidos 21,4 milhões de smartphones dobráveis este ano, o que compara com os 14,2 milhões vendidos em 2022 – um volume que já tinha representado um salto gigante de 75,5%.
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A consultora também reviu em alta o percurso esperado deste formato nos próximos anos, calculando que o segmento irá mais que duplicar de tamanho até 2027.
É uma expectativa importante tendo em conta, como referiu o analista, que o mercado global de smartphones está a cair e a recuperação que se tinha projetado para este ano já não vai acontecer. Por outro lado, é notável devido ao preço elevado destes dispositivos, que normalmente custam mais de mil euros, numa altura de contração da procura e inflação elevada.
“Os smartphones dobráveis são o ponto positivo um mercado que caiu mais de 11% em 2022”, refere a nota da IDC sobre o formato. O sucesso das várias marcas que abraçaram os dobráveis, com a Samsung à cabeça, mostram que há uma porção de consumidores interessados e disponíveis para investir nestes dispositivos.
“Embora os preços médios de venda estejam a cair ligeiramente, os dobráveis continuam a habitar o segmento de preços premium em todos os mercados regionais”, continua a nota.
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Segundo o o analista Anthony Scarsella, o declínio de 10% no preço médio de venda em 2022 foi um dos grandes motivos para o crescimento das vendas, já que estes são aparelhos caros e especialmente inacessíveis nos mercados emergentes.
“O mercado de telefones dobráveis terminou ligeiramente acima daquilo que estava previsto, à medida que os consumidores começam a abraçar o novo formato”, referiu o analista na nota da IDC.
Em 2023, o preço médio deverá voltar a cair, cerca de 6,8%, o que sinaliza a maior robustez da cadeia de produção e algum efeito de escala. A IDC sublinha que estes smartphones são agora mais duráveis e resistentes e a experiência do utilizador foi melhorada, com avanços no software e hardware em todas as marcas que oferecem o formato. Espera-se uma nova onda de lançamentos este ano, tanto dos fabricantes que já estão no segmento como de novas marcas, e isso deverá levar a maior adesão por parte dos consumidores.
“Com novos fabricantes e modelos a juntarem-se à corrida este ano, esperamos que o mercado de smartphones dobráveis seja o ponto brilhante de 2023 com 50,5% de crescimento, enquanto o mercado global de smartphones vai contrair 1,1%”, salientou Scarsella.
A IDC espera que, até 2027, o segmento cresça a uma taxa anual composta de 27,6%, atingindo um volume de 48,1 milhões de unidades.
Em fevereiro, a GfK revelou que o segmento premium foi o que mais cresceu em Portugal no ano passado, subindo as receitas ao mesmo tempo que o volume de unidades desceu.
Já no início de março, a IDC reviu em baixa as suas previsões para os mercados de computadores, tablets e smartphones, notando uma deterioração das condições globais e uma procura mais fraca que o previsto nos primeiros meses deste ano.
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