//Vendas de smartphones em máximos de seis anos com empurrão do 5G

Vendas de smartphones em máximos de seis anos com empurrão do 5G

Nem a disrupção da pandemia nem a escassez de componentes está a beliscar o crescimento volumoso do mercado de smartphones, que há vários trimestres inverte a anterior tendência de queda. As vendas têm tido um crescimento tão sustentado que a IDC reviu em alta as suas previsões para 2021, esperando agora vendas em máximos de seis anos.

Os consumidores deverão comprar este ano 1,38 mil milhões de smartphones, um crescimento de 7,7% em relação a 2020 e a maior subida desde 2015. A transição para a próxima geração de comunicações móveis é uma das grandes forças motrizes desde crescimento, com um impacto relevante do iPhone 12, o primeiro modelo 5G da Apple. A IDC calcula que as remessas de smartphones 5G vão disparar 130% este ano, com crescimentos a três dígitos em todas as regiões exceto China, onde esta tecnologia já está massificada.

“Os smartphones estão a concorrer pelo orçamento dos consumidores com mercados adjacentes como PC, tablets, televisões e dispositivos da casa inteligente, mas isso não abrandou a recuperação do mercado”, notou o analista Ryan Reith. “O mercado dos smartphones regressou ao crescimento no trimestre natalício do ano passado e desde então só vimos uma aceleração da produção dos fornecedores de topo”, acrescentou.

Segundo o analista, o aumento da oferta de aparelhos 5G está a levar os preços a baixar e isso ajuda nas vendas. A IDC antecipa que o preço médio de smartphones Android 5G desça 12% este ano para 456 dólares e fique abaixo dos 400 em 2022. Como tal, “a Apple vai continuar a sentir a pressão do preço.” O iPhone 12 mais barato começa nos 829 euros em Portugal.

O reverso da medalha é que, como os dispositivos 5G são geralmente mais caros, o preço médio de todo o mercado está a subir: será 376 dólares em 2021, uma alta de 9,7%, o que é notável tendo em conta que os modelos LTE estão muito mais baratos (-27%).

Esta baixa nos preços dos smartphones LTE ajuda a explicar a forte recuperação da procura nos mercados emergentes, focada em dispositivos de baixa e média gama 4G, depois de um abrandamento agressivo no ano passado.