O Governo venezuelano anunciou esta segunda-feira a suspensão por 90 dias das operações no país da companhia aérea portuguesa TAP, “por razões de segurança”, após acusações de transporte de explosivos num voo oriundo de Lisboa. A companhia aérea liderada por Antonoaldo Neves reagiu rapidamente dizendo que “não compreende” esta decisão. E foi mais longe: “uma medida gravosa que prejudica os nossos passageiros” e lembra que não lhe foi dada a hipótese de exercer o contraditório.
Agora, Caracas recomenda a Portugal que contacte o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, para tratar das sanções impostas à companhia aérea e sublinhou que a Venezuela só tem um Presidente, Nicolás Maduro.
“Eles sabem quais são os mecanismos. O respeito é o primeiro. Esse é o primeiro mecanismo, de respeito. E, aqui há um presidente que se chama Nicolas Maduro. Não há outro presidente. Não há”, declarou, na segunda-feira, o presidente da Assembleia Constituinte (AC, composta por apoiantes do regime), a propósito da proibição de a TAP voar para o país por 90 dias, de acordo com a Lusa.
Diosdado Cabello falava aos jornalistas, em Caracas, durante a conferência de imprensa semanal do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder), durante a qual se referiu ao líder opositor e presidente interino autoproclamado do país Juan Guaidó como “verme e animal perigoso”. Guaidó foi reconhecido por meia centena de países, incluindo Portugal.
“Que a TAP peça [a Juan Guaidó] uma reconsideração da sanção, para ver quem é o Presidente da Venezuela, porque entre outros coisas o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal disse que transportavam um Presidente. Presidente de quê? De quê?”, sublinhou.
Segundo Diosdado Cabello, a suspensão dos voos “é o mínimo” que a Venezuela podia fazer. “Essa companhia aérea violou os regulamentos de segurança e converteu-se num atentado contra a segurança do nosso país”, frisou.
Cabello, considerado o segundo homem mais forte do ‘chavismo’, depois de Maduro, adiantou que “foram os Estados Unidos a dar a ordem” para transportar o opositor para Caracas. “É assim que os Estados Unidos colocam Presidentes. Quem tem que passar pela Casa Branca para receber a bênção de [Presidente norte-americano] Donald Trump, ou de quem estiver aí, dá-lhes ordens assim”, disse.
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