//Vila Galé desmente existência de indígenas na área de construção de novo hotel

Vila Galé desmente existência de indígenas na área de construção de novo hotel

Depois de ter sido acusado de estar a tentar construir um hotel de luxo numa reserva indígena no sul do estado brasileiro da Bahia, com o apoio do Governo do Brasil, o grupo hoteleiro português Vila Galé desmente a existência de indígenas na área em questão, admitindo que não existem “quaisquer vestígios dos mesmos no local” e que a área é propriedade privada.

De acordo com as notícias veiculadas esta manhã, a área em causa, que corresponde a 470 quilómetros quadrados, pertence ao povo Tupinambá de Olivença, que luta pela demarcação daquelas terras há pelo menos 15 anos, e cuja primeira fase do processo foi concluída em 2009. Segundo o The Intercept, a área em causa é o lar de 4,6 mil nativos, além de pescadores artesanais, e a sua história remonta a 1680, quando missionários jesuítas fundaram aquele aldeamento indígena.

“Não existe no local qualquer tipo de ocupação de pessoas e bens ou sequer vestígio da mesma num horizonte temporal muito alargado”, argumenta o Vila Galé esta tarde, em comunicado. “O grupo Vila Galé celebrou em maio de 2018 um acordo de parceria com uma empresa brasileira proprietária de uma área de cerca de 60 hectares para o desenvolvimento de um resort hoteleiro numa área total aproximada de 20 hectares, no Município de Una, Estado da Bahia”.

O grupo hoteleiro indica que o projeto irá criar mais de 500 empregos diretos e cerca de 1500 indiretos e ainda promover a criação de riqueza, defendendo que, por isso, deveria merecer o apoio do município, do Governo do Estado da Bahia e do Ministérios do Turismo do Brasil/Embratur.

“O terreno em que se situa o projeto tem uma área de 20 hectares na frente de praia e preservará rigorosamente todos os valores ambientais e a vegetação relevante existente”, afirma o grupo, adiantando que a licença prévia ambiental está emitida e em vigor.

“Da parte da Vila Galé está tudo preparado para o imediato arranque da obra de construção logo que se verifique o esclarecimento desta questão e munida das necessárias licenças”.

O grupo português afirma haver um processo de demarcação de terra indígena em curso na Funai (Fundação Nacional do Índio), “processo este que não está concluído e não está aprovado pelo Ministério da Justiça que tutela a Funai e muito mesmo pelo Presidente da República, o que é essencial”.

Ver fonte