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O presidente do grupo Vila Galé deixa um alerta ao novo governo, no que concerne à decisão sobre a localização do novo aeroporto e à situação da TAP. Jorge Rebelo de Almeida – que ontem falava na apresentação dos resultados do grupo a que preside – apelou a uma solução “consistente para a TAP e para o novo aeroporto”. Segundo Jorge Rebelo de Almeida, “faltou experiência neste período de gestão de transição” da transportadora nacional que, a seu ver, “para ser viável vai precisar de se envolver numa parceria”. “Que se mantenha pública, mas com parceria”, disse. Aliança com quem ainda não sabe, até porque “cabe ao governo essa decisão”, mas “se não a fizer, tenho dúvidas sobre a sua viabilidade”.
Quanto à localização do novo aeroporto, Jorge Rebelo de Almeida pediu que se avancem com os estudos necessários de forma a que haja, finalmente, uma decisão. Diz que a demora está a prejudicar o turismo e acredita: “haver uma maioria absoluta vai ajudar” nesta situação. A expectativa do presidente do grupo é que, com uma maioria absoluta, possam ser tomadas “decisões urgentíssimas”, no que ao setor do turismo diz respeito. “Agora há condições para se fazer o que o país precisa, de qualquer modo uma maioria absoluta não dispensa que o governo procure consensos mais alargados e acredito que o fará”. Quanto ao tamanho do novo executivo de António Costa defende um formato mais enxuto e, para futuro, um parlamento “com metade do número de deputados”.
Mercado a recuperar
Embora 2021 se tenha revelado um ano melhor do que 2020, as receitas do Vila Galé, em Portugal, ficaram cerca de 50% abaixo dos números de 2019, o que significa uma receita de 59 milhões de euros. Os números foram revelados por Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo, que garante que “embora 2021 tenha sido ainda um ano bastante difícil, foi melhor que o de 2020”, ano em que as receitas caíram cerca de 70%.
Gonçalo Rebelo de Almeida revelou ainda que antes da pandemia a percentagem de turistas que procuravam as unidades Vila Galé se dividiam em “65% estrangeiros e 35% nacionais e no ano passado aconteceu o inverso”, devido às restrições impostas pela covid-19, que dificuldade as viagens.
Para este ano, se não existirem novas limitações, o gestor acredita que já se avizinha a retoma, embora preveja que a recuperação não será total. “Ainda deverá ficar 10% a 15% abaixo de 2019”, avançou. Desde janeiro, as reservas têm vindo a aumentar e a partir de abril já há hotéis com taxas de ocupação que rondam os 60%.
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Cinco novos hotéis
O grupo Vila Galé prepara-se para dar início à construção de quatro novas unidades hoteleiras em Portugal, que deverão abrir no próximo ano, e ainda este ano inaugura outra em Alagoar, no Brasil (veja caixa abaixo). As unidades em território nacional somam um investimento na ordem dos 50 milhões de euros, número que Gonçalo Rebelo de Almeida não quis dar por garantindo, devido ao custo imprevisível da construção civil. “É uma mera estimativa”, afirmou, lembrando que os valores dos materiais e obras dispararam.
Assim, no centro da cidade de Tomar vai nascer o Vila Galé Collection, que terá como tema a Ordem dos Templários. Com um investimento total de dez milhões de euros, este hotel vai ter cerca de cem quartos. Em Beja vai ser construído o Vila Galé Nep Kids que, tal como o nome indica, é concebido para turistas mais jovens. “Ali só entram adultos acompanhados por crianças”, explicou, gracejando, o presidente do grupo. Terá cerca de 80 quartos e várias atrações para os mais novos. O investimento rondará dez milhões de euros.
Ainda em Beja, vai surgir o Vila Galé Monte da Faleira, um hotel de agroturismo vocacionado para casais. Um investimento de três milhões de euros, com quartos temáticos. E, nos Açores, vai nascer o Vila Galé Collection São Miguel. Uma aposta de 12 milhões para renovar o antigo Convento e Hospital de São Francisco, no centro de Ponta Delgada. Uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia e com 93 quartos. Já no Estoril, grupo aproveitou a pandemia para renovar o Vila Galé Estoril, com um novo restaurante Inevitável e uma decoração dedicada à música dos anos 60. Cada quarto homenageia um cantor daquela década.
Aposta de 26, 5 milhões no Brasil
Em Alagoas, no Brasil, vai abrir a 23 de junho um novo hotel Vila Galé. Resultado de um investimento de 150 milhões de reais (26,5 milhões de euros), esta unidade funcionará no regime “tudo incluído”, e conta com 513 quartos, seis restaurantes, oito salas de reuniões, salão para mil pessoas, e várias outras infraestruturas. No mercado brasileiro o Vila Galé conseguiu, em 2021, uma receita de 325 milhões de reais (57,4 milhões de euros), apenas 15% abaixo dos resultados da pré-pandemia, revelou Gonçalo Rebelo de Almeida. Ainda assim, trata-se de uma recuperação face às perdas de 50% em 2020 (um resultado superior ao conseguido pelo grupo no mercado nacional).
Para o administrador do grupo, a desvalorização do real ajudou ao incremento do turismo interno brasileiro, uma vez que os destinos internacionais se tornaram mais caros. *Com M.C.
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