//Vinci: Aeroportos portugueses com quebra de 70% em 2020

Vinci: Aeroportos portugueses com quebra de 70% em 2020

Devido à pandemia, o transporte aéreo foi duramente penalizado em 2020. Pelos aeroportos portugueses passaram 17,9 milhões de passageiros, o que corresponde a uma quebra de 69,6% face ao ano anterior, de acordo com os dados divulgados pela Vinci, dona da ANA, gestora dos aeroportos portugueses, em comunicado.

O aeroporto de Lisboa foi a infraestrutura por onde passou o maior número de passageiros: 9,2 milhões de pessoas. Depois de em 2019, terem passado pelo aeroporto Humberto Delgado quase 30 milhões de pessoas, o valor alcançado em 2020 reflete uma queda de 70,3%. Com a pandemia, todo o setor das viagens foi afetado, contudo o turismo de cidade, que se caracteriza muitas vezes por grandes aglomerados populacionais, foi dos que sentiu mais os efeitos do covid-19. Além disso, a região de Lisboa também conta com uma forte componente do turismo de negócios, que sofreu um duro abalo com a pandemia.

Pelo aeroporto de Faro passaram no ano passado 2,2 milhões de passageiros, menos 75,5% face a 2019. O Algarve, muito dependente do turismo de sol e praia, foi uma das regiões que mais sofreu com a pandemia fruto da sua forte dependência do turismo. Mais de metade dos visitantes que tipicamente escolhem o Sul do País para férias são estrangeiros, dos quais se destacam os britânicos e alemães. Além das restrições aplicadas, o facto de o corredor aéreo para o Reino Unido ter estado aberto apenas durante alguns dias no verão penalizou o turismo não apenas durante o terceiro trimestre mas também durante outubro e novembro, em que se realiza a segunda época alta do golfe, modalidade muito procurada por britâncios e irlandeses.

A economia algarvia está muito ligada ao turismo. Para se ter uma ideia, na semana passada, a AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve – caraterizava 2020 como “o pior ano turístico desde que há memória, quer em termos de taxas de ocupação, quer no respeitante a resultados económicos e empresariais”. E estimava que o “volume de negócios caiu mais de 800 milhões de euros durante o ano, (-65,1%), resultante de quebras na procura dos principais mercados emissores externos, (-75,1%), enquanto o mercado interno, apesar do aumento de procura nos meses de verão, terminou o ano com menos 1,1 milhões de dormidas e 335 mil hóspedes, (-21,2%)”.