//Vinci, Teixeira Duarte e Mota-Engil na pole position para novo aeroporto

Vinci, Teixeira Duarte e Mota-Engil na pole position para novo aeroporto

As obras na base aérea do Montijo podem arrancar neste ano. Além dos franceses da Vinci, há duas grandes construtoras nacionais com experiência neste tipo de empreitadas que podem vir a participar no projeto.

2022. Este é o ano em que o aeroporto complementar do Montijo deverá estar em operação. A expectativa do governo, presente no Orçamento do Estado, é que as obras arranquem ainda em 2020. A fatura fica a cargo da ANA – Aeroportos (gestora aeroportuária que é detida pelos franceses da Vinci) e, como lembra fonte oficial do ministério das Infraestruturas e Habitação, “a ANA é uma empresa privada, não haverá por isso concurso público” para a atribuição da empreitada, avaliada em mais de 500 milhões de euros no acordo financeiro assinado em 2019.

Uma obra desta envergadura pode ter impacto no setor da construção e obras públicas. “Existe uma probabilidade bastante forte de que seja a Vinci a liderar a transformação do aeroporto militar do Montijo”, admite ao Dinheiro Vivo Paulo Rosa, economista e Trader Sénior do Banco Carregosa. A Vinci é um grupo francês que opera tanto na área da construção como na gestão de concessões. Mas também há em Portugal, sublinha o economista, “empresas de engenharia civil capazes de dar o seu contributo na construção do novo aeroporto, a saber, a Mota-Engil, a Teixeira Duarte, entre outras, e a Martifer no que respeita a estruturas metálicas”. Aliás, as construtoras têm já cartas dadas neste tipo de obras.

A Teixeira Duarte, uma das “fortes potenciais candidatas”, diz Paulo Rosa, “lidera o consórcio para a execução da reforma e expansão do aeroporto de Salvador, no Brasil, e fechou o ano de 2018 com uma carteira de encomendas na construção de 1.794 milhões de euros. A Mota-Engil, que está a liderar a construção, operação e manutenção do novo aeroporto Internacional Bugusera, em Kigali, capital do Ruanda – e que obteve uma carteira de encomendas histórica em 2018 de 5.465 milhões de euros – conhece bem o mercado português, e é sempre uma potencial candidata a pertencer a um consórcio”.

Ainda não são conhecidos os moldes em que a empreitada vai ser executada e, por isso, não pode ser descartada a possibilidade desta ser adjudicada a várias construtoras, nacionais ou estrangeiras. Por outro lado, há ainda outras firmas especializadas que podem obter contratos. “As pequenas e médias empresas que fornecem mão-de-obra e as especializadas em áreas como eletricidade, são exemplos das estruturas societárias que podem conseguir contratos”, adianta o responsável do Banco Carregosa.

Luz verde ambiental
A Agência Portuguesa do Ambiente emitiu nesta semana a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, embora condicionada, relativa ao aeroporto do Montijo. Manteve o quadro de medidas de minimização e compensação – cerca de 160 – que a ANA terá de cumprir. As medidas ascendem a 48 milhões de euros e abrangem áreas como a avifauna, ruído e mobilidade. Quanto às acessibilidades, a DIA mantém – para responder ao crescimento previsto da procura de transporte fluvial – que tem de ser assegurado “o reforço da frota existente” pelo que é necessário “suporte financeiro à aquisição de dois navios de propulsão elétrica, a alocar em exclusividade ao transporte entre o Cais do Seixalinho e Lisboa”.

Em entrevista ao Expresso na semana passada, o ministro Pedro Nuno Santos assegurou que o financiamento das acessibilidades para o novo aeroporto era responsabilidade da ANA e sublinhava que iam negociar o contrato de concessão, dado que existia apenas um pré-acordo assinado há um ano. Ao Dinheiro Vivo, fonte oficial do ministério indicou que as negociações vão começar “em breve”. Questionada ainda se o governo admite alargar o período de concessão dos aeroportos – foi assinado a concessão por um período de 50 anos em 2012 – o governo indicou que “a extensão do período de concessão não está de todo prevista”.

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