Partilhareste artigo
Desde que entrou em Portugal, Nadim Nsouli, advogado britânico de família libanesa que em 2013 fundou um grupo líder de escolas premium na Europa, Austrália, África, Médio Oriente e América Latina, investiu 150 milhões de euros. À sua rede, juntou as cinco escolas de ensino internacional que revolucionaram a educação privada em Portugal, criadas por Barbara Lancastre, hoje managing director da InspirEd em Portugal. E além das PaRK International School, integradas em 2018 – e que somam 3500 alunos entre os quatro meses e os 18 anos, de mais de meia centena de nacionalidades diferentes -, o InspirEd alargou a sua oferta ao St. Peter”s. Que neste ano pela primeira vez oferece uma componente de internato a duas dezenas de alunos.
Colégio fundado em Palmela há 25 anos e que se destaca entre os melhores do país, o St. Peter”s juntou-se ao InspirEd em 2019, e deu vida a essa nova vertente com um investimento de quatro milhões, para criar a residência que redefine o conceito de colégio interno, em resposta a uma necessidade crescente em Portugal, explica ao DV Catarina Simão, administradora e filha da fundadora da escola.
“Em meados de 2015, após a enorme procura da comunidade chinesa pelo ensino em Portugal, consequência dos golden visa, percebemos que existia uma franca necessidade de deixar os alunos com um tutor para uma melhor integração no país. Culturalmente, os portugueses deixaram, nos últimos 40 anos, de precisar do ensino num regime de internato, mas em países com culturas e dimensões diferentes, a boarding school é um tipo de oferta muito comum em escolas internacionais.”
Recorrendo à sua experiência de um quarto de século, com 1400 alunos de 34 nacionalidades a fazer parte do projeto educativo criado em Palmela por Isabel Simão, que vai da creche ao 12.º, o St. Peter”s projetou a ideia e quis tirar proveito da localização e reputação para alavancar a oportunidade de negócio. Mesmo porque, nos últimos cinco anos, “muitas famílias estrangeiras à procura de escola perguntavam sobre a possibilidade do alojamento” das crianças em internato.
Subscrever newsletter
A covid atrasou a abertura em um ano, mas o projeto arrancou há um mês, com 19 estudantes, entre os 14 e os 18 anos. “Tendo sido possível atingir o número de alunos para o primeiro ano, a operação atinge break-even não sendo necessário qualquer reforço de capital ao momento”, explica Catarina Simão. Em termos médios, adianta, por ano, o regime de internato tem um custo de 30 mil euros por criança. Que garantem, além do alojamento em instalações totalmente inovadoras, a exclusividade, a qualidade do ensino e a exposição a um regime multicultural de exceção.
“Uma das enormes vantagens de sermos reconhecidos por Cambridge International of Education no nível IGCSE, bem como pelo International Baccalaureate no Diploma Programme, é permitir um passaporte mundial a todos os alunos que optem por estes programas, garantindo que o syllabus é comum em toda a parte do mundo, desde que as escolas sejam igualmente certificadas. Nós somos uma escola inclusiva e recebemos alunos de todo o mundo”, garante a responsável. Um tema que ganhou gás com a integração do St. Peter”s no grupo InspirEd, que abre portas a “intercâmbios em diferentes formatos, desde o simples contacto via aplicações tipo Zoom ou Teams a torneios internos de xadrez, desporto e iniciativas sociais”. Levantadas as restrições da covid no mundo, o intercâmbio deverá alargar-se a visitas aos países onde existem escolas da rede InspirEd.
Auto geração e sustentabilidade energética
Bem recebido por pais e alunos, o funcionamento do internato é composto por regras simples, explica a também coordenadora do pré-escolar, de forma a reforçar uma experiência imersiva sobre o espírito e princípios orientadores do St. Peter”s International School. “Para melhor integração, o arranque é feito alguns dias antes do início do ano letivo, em setembro para os alunos se ambientarem e instalaram confortavelmente. Existem duas interrupções letivas – Natal e Páscoa – que permitem aos alunos regressarem para junto das famílias, mas de resto permanecem no internato até meados de julho, quando começam as férias.”
De resto, a localização da escola contou também para garantir programas de natureza e assegurar a sustentabilidade na construção das residências. “Através da arquitetura procurámos promover em todas as áreas a maior exposição de luz natural possível para evitar o uso inadequado de energia e apesar de termos um edifício onde servimos cerca de 1500 refeições diárias, recorremos ao investimento de um sistema inovador compensado com 15 painéis solares para garantir a melhor eficiência de água quente com menor consumo de luz e gás possível. É também um edifício pensado estruturalmente a fim de mitigar quaisquer pontes térmicas, para garantir uma ótima eficiência energética.”
Com o grupo de Nsouli disposto a duplicar o investimento que fez em Portugal nestes três anos, a InspirEd deverá apresentar mais novidades em breve.
Deixe um comentário