A Volkswagen admite um rombo de 2,5 mil milhões de euros por ano nos lucros caso a Administração norte-americana avance para a imposição de tarifas adicionais de 25% aos carros europeus.
Em entrevista ao jornal Financial Times (acesso pago), Herbert Diess, o CEO da fabricante alemã, considerou que a ameaça de sobretaxas criou “instabilidade política” e admitiu que, “no pior cenário”, as perdas para a Volkswagen deverão estar próximas da estimativa de uma quebra de 13% nos ganhos prevista por uma consultora britânica, a Evercore ISI. “No pior cenário, deverá estar próxima do número real”, considerou. Serão menos 2,5 mil milhões de euros.
O Presidente dos EUA tem desde o passado domingo nas mãos as conclusões de um relatório do Departamento do Comércio ordenado no passado, que investigou se as importações de automóveis e componentes ameaçam a segurança nacional norte-americana. Donald Trump tem até maio para decidir se impõe tarifas às compras automóveis. Caso o faça, a Alemanha estará entre os exportadores mais afetados. Angela Merkel, a chanceler alemã, considerou a perspetiva “aterradora”.
Os representantes do Comércio da União Europeia reúnem-se entretanto esta quinta-feira em Bucareste, na Roménia, num encontro informal para discutir os termos de um acordo comercial com os Estados Unidos. O encontro informal do Conselho Europeu dá sequência ao mandato negocial no âmbito do qual a UE admite baixar tarifas para bens industriais e remover também barreiras não-tarifárias, sem mexer na pauta dos bens agrícolas. De Portugal participa a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
A negociação dá sequência ao entendimento alcançado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e Presidente dos EUA, a 25 de julho, no qual ambos se comprometeram a não adotar iniciativas que possam pôr em causa um acordo comercial. Bruxelas diz estar a focar-se numa “agenda positiva” com os Estados Unidos, depois de a UE ter aumentado no último ano compras de soja e de gás natural aos Estados Unidos.
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