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O volume dos cabazes compradas pelos portugueses no primeiro trimestre deste ano é o menor dos últimos quatro ano tendo registado uma quebra de 2,8%, quando comparado com o mesmo período de 2019. No entanto o valor das mesmas aumentou.
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Os dados são do estudo da consultora Kantar, que analisou, em conjunto com a Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, o comportamento do setor do grande consumo no primeiro trimestre de 2022. O documento revela ainda que as marcas de distribuição tiveram um “o crescimento contínuo e acelerado das marcas de distribuição”.
“Neste momento, a quota em valor situa-se nos 41,1%, tendo aumentado 2,3 pontos percentuais (pp) face a 2021 e 5,2 pp relativamente a 2019” demonstra o relatório, que indica ainda a evolução da performance das marcas de distribuição da Mercadona e do Intermarché.
“Em crises anteriores, como na de 2011, o corte de custos em resposta à crise levou a uma maior procura das marcas da distribuição, as quais chegaram a atingir os 37% de quota em valor no primeiro trimestre desse ano, valor que posteriormente decresceu por força da forte ação promocional dos fabricantes”, recorda o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel. “Hoje, esta ameaça às marcas de fabricante é ainda maior, uma vez que existe um contexto diferente, com lojas com formatos de sortido curto muito focadas nas suas marcas próprias, ágeis e que conquistaram a confiança de muitos portugueses”, diz o responsável.
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Inflação e guerra impactam compras
Segundo a Kantar e a Centromarca explicam em comunicado, a inflação aliada às consequências da guerra na Ucrânia está a ter impacto nas compras dos portugueses. “Considerando o mesmo período evolutivo nos vários segmentos, observa-se que quase todos são impactados por cestas ligeiramente mais pequenas, mas com um gasto maior”. A única exceção são os produtos de higiene e beleza que mantêm a desvalorização que já vinham a sentir.
Dos 58% das categorias de produtos que tiveram os seus preços aumentados, apenas 31% perderam compradores, incluindo o arroz, azeite e margarinas, que são considerados categorias básicas.
Quando comparado com os primeiros três meses de 2019, “a preferência por marcas de distribuição é ainda mais visível em categorias que aumentam o preço e perdem compradores (26 em 29 conquistaram quota de mercado), como o leite UHT, refrigerantes de fruta ou azeite”, revela, ainda o relatório.
Quanto aos canais de compra, diz o estudo, os hiper e os supermercados conseguiram recuperar alguma quota face à perda sentida no pico da pandemia e que continuam a promover os descontos nos seus produtos.
O estudo analisou ainda o consumo fora de casa. Neste setor os números ainda não alcançaram os valores existentes antes da pandemia, pelo que “a inflação, aliada ao facto de muitos portugueses recorrerem ainda ao teletrabalho total ou em modelos híbridos”, pode atrasar a recuperação desta área.
Já o consumo online consegue manter uma taxa de penetração de 16,8%, um pouco acima do verificado em 2020, quando conseguiu 15%. “Não obstante o índex de preço do ser mais elevado no online, os consumidores que se mantiveram os seus atos de compra no canal são agora mais fiéis. Quase 40% repete a compra, as cestas são maiores, ao contrário do que vemos acontecer a nível nacional, e o consumidor do canal online realiza mais atos de compra do que antes”, conclui Pedro Pimentel.
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