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2020 trouxe uma crise económica sem precedentes à Europa mas também trouxe “uma pandemia que foi um catalisador e um acelerador da mudança”, considera a presidente da Comissão Europeia na intervenção transmitida esta manhã na Web Summit.
Se Ursula von der Leyen sublinhou o significativo crescimento das tecnológicas europeias ao longo deste ano, também não deixou fugir a ideia de que a União Europeia continua a ficar aquém de todo o potencial que tem na área do digital. “Só em 2020 o valor das empresas tecnológicas europeus cresceu quase 50%. Está a atrair mais investimentos de venture capitalists do que nunca.”
Além disso, destacou ainda que “nos últimos cinco anos o valor das empresas tecnológicas europeias quadruplicou”. A nível de recursos humanos, também referiu que a Europa concentra mais desenvolvedores de software do que os Estados Unidos.
“A Europa tem todo o poder para ser o próximo líder no digital”, indicou a líder da Comissão Europeia, mas também destacou que ainda há arestas a limar, nomeadamente no uso de dados. “80% dos dados que as nossas empresas recolhem não são utilizados. E isso é um tremedo desperdício”, afirmou.
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Além dos dados, também lamenta que o contexto regulatório e a burocracia tenha levado várias organizações a rumar a outros territórios, com regras mais leves. “Queremos dar mais poder à inovação”, explicou, destacando a importância de haver um conjunto de regras uniformes na União Europeia.
“Quero que as empresas saibam que em toda a UE haverá um único conjunto de regras”, sublinhou, destacando que a Europa quer disponibilizar as mesmas regras para todos, de Lisboa à Lapónia.
“Queremos remover os obstáculos que estão a impedir o progresso”.
As plataformas não podem ser um novo leviatã
Na mesma intervenção a presidente da Comissão Europeia frisou a necessidade de justiça na forma como as plataformas digitais atuam.
Referindo-se às plataformas tecnológicas de grandes dimensões – a que, aliás, também a Comissária Europeia Margrethe Vestager tem vindo a apontar o dedo, com multas pesadas a acompanhar – Von der Leyen refere que “as plataformas não podem ser um novo leviatã”. “Não devem discriminar a favor dos seus próprios produtos”, os utilizadores devem ter capacidade para saber o que acontece com os dados”, referiu, mencionando que um tratamento mais igualitário no digital é uma questão de justiça”.
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