//Zona euro. Atividade de empresas cai a pique para nível mais baixo de sempre

Zona euro. Atividade de empresas cai a pique para nível mais baixo de sempre

A atividade das empresas da Zona Euro colapsou em março devido à crise do novo coronavírus, com o índice compósito dos gestores de compras quanto à produção dos diferentes sectores económicos a precipitar-se dos 51,6 pontos, terreno positivo onde se encontrava ainda em fevereiro, para os 31,4 pontos, um mínimo de mais de duas décadas desde que o índice que mede o pulso à atividade económica foi primeiro compilado.

Só em fevereiro de 2009, com a Grande Recessão, o índice registou um nível comparavelmente baixo, ainda assim apenas nos 36,2 pontos.

(IHS Markit)

(IHS Markit)

De acordo com os dados da IHS Markit, que publica o índice para o grupo do euro, todos os sectores trilham agora níveis profundamente negativos (abaixo dos 50 pontos), com o índice da atividade dos serviços, que inclui viagens, turismo ou restauração, a registar o pior desempenho, nos 28,4 pontos. Já a produção industrial regista agora 39,5 pontos, e o PMI global da indústria está nos 44,8 pontos.

O estudo produzido com base em inquérito aos principais contribuidores para o PIB da Zona Euro aponta para uma quebra de 2% no primeiro trimestre. Aponta também para fracas expectativas de recuperação e dados que apontam para uma forte redução do emprego. “As quebras sem precedentes na procura e no sentimento empresarial levaram à maior redução mensal no nível de trabalhadores desde julho de 2009. Os empregos do sector dos serviços tiveram os cortes mais profundos desde maio de 2009, ao passo que os industriais da manufatura reduziram o número de pessoal numa dimensão não vista desde julho de 2002”, aponta a nota de divulgação dos indicadores.

“O emprego está já a cair a um ritmo não visto desde julho de 2009 à medida que o desespero quanto às perspetivas se alarga. O sentimento empresarial quanto ao resto do ano mergulhou para o mais sombrio de que há registo, sugerindo que os esforços dos decisores políticos até à data falharam em aligeirar o retrato cada vez mais negro”, afirma Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit.

Nas cadeias de abastecimento, as demoras são as maiores e mais transversais desde que há registo desde maio de 2000, embora sem subidas de preços. Os preços à saída da fábrica estão no nível mais baixo em quatro anos com as empresas a oferecerem descontos para aumentarem as vendas e reduzirem nível de bens parados em armazém. A baixa de preços foi sentida sobretudo nos serviços, e apoiadas com descidas nos combustíveis e salários, levando os preços de bens e serviços no grupo dos países da moeda única ao nível mais baixo desde agosto de 2016.

Os dados apontam ainda que as piores quebras de atividade são as registadas fora das duas maiores economias do grupo, Alemanha e França., com os restantes países do euro a enfrentarem quebras mais severas sobretudo nos serviços. O PMI alemão desceu dos 50,7 pontos para os 37,2 pontos, e o francês dos 52 pontos para os 30,2 pontos.

Atualizado com mais informação ás 11h51

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